Enquanto leio, um mundo cria-se dentro de mim
Em mim, as páginas tomam vida
Entre colóquios com meus companheiros
Escritores, poetas, artistas, cancioneiros
Leio poemas não como quem lê livros inteiros
Leio poemas deliciando-me com cada palavra
Cada letra desenhada
Cada verso transmutado
Leio apreciando o sabor de cada sílaba
Como quem espia pelas frestas abertas
Em busca de absorver através dos poros
Os fachos de luz penetrantes
Num cômodo de escuro ar
Leio poemas sem ler por inteiro
Gosto da incompletude que o poema me causa
A falta da metade vazia
Que a meia leitura me proporciona
Mastigo letra por letra
(30 vezes é o ideal)
Algumas ficam inteiras,
Danço com elas na boca
Como fossem caramelos, ora doces, ora azedos
As papilas gustativas ferem-se ao contato do cristal
Então, engulo o pedaço intacto
Ávida de sentir o toque na língua
O rolar das consoantes pelo meu aparelho digestório
Faminto de sentidos adivinhados no passar dos olhos
Para a leitura de um poema
Seria mister uma vida inteira
E ainda outra mais
Para falar dessa sensação
Em que os sentidos secretos
Confabulam entre si
Para ler esse poema
Állyssen Andressa
6 comentários:
Ler com a alma é mais do que ler e compreender, ler é absorver a sensibilidade contida em cada letra em nossa corrente sanguínea!
Beijos pra Ti
ÁLYSSEN foi perfeita ao descrever este momento unico de estar lendo uma poesia.
Muito sensível..
beijos.
Texto perfeito e verdadeiro.
Bom fim de semana, beijos.
Simplesmente perfeito...
A pura leitura de um poema falando de outros, magnéticos.
Bom fim de semana.
Beijos
Ah, querida, agora que fui ver essa postagem, adoreiii sua gentileza e amizade... o poema só toma vida ao ser lido!
Bjos, amora!
Álly
Postar um comentário