Venho de um mar revolto que não me dava descanso, um gosto de sal na garganta e uma sede, em meio a tanta água. Venho cansada da luta. E a minha sede era de água e paz.
Eu não procurava um pouso porque já tinha o meu próprio – que pode não ser macio nem mágico, mas tem o meu cheiro. Eu procurava o que não sei. Procurava parar de procurar. E já vinha desacelerando a busca, numa desistência doce.
Era a paz que eu procurava. A paz que me sorri bem puro. A paz que não é tédio. Que dá colo pra descansar, mas também é capaz de surpreender e fazer o coração bater forte, a circulação aumentar, o corpo se sentir vivo. A paz que atormenta. Paz que é um ponto.
Que é chegar em casa sorrindo. Uma insônia boa. Certeza que não mata. Saudade que revela. Que é quando a imperfeição encontra lugar confortável em nós. É sentir no outro uma semelhança macia. Saber um pouco do que vai no outro, sem saber quem é o outro.
Estou apaixonada por tempestade suave em mim.
Cristiana Guerra
2 comentários:
Estou com lágrimas nos olhos. Esse texto + a música Illumination me flecharam a alma. Obrigada por esse momento de emoção...
Vou guardar esse texto da Cristiana Guerra e levar no Coração.
Obrigada mesmo. Te amo.
Luiza
Eu tbm tenho estes momentos comigo mesmo, aqui! De extrema emoção, ouvindo Secret Garden. Me inspira muito. Que bom que pude te proporcionar isso...Bjs na alma!
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