Altos segredos escondem dentro de água
O reverso da carne, corpo ainda.
Como um punho fechado ou um bastão,
Abro o líquido azul, a espuma branca,
E por fundos de areia e madrepérola,
Desço o véu sobre os olhos assombrados.
( Na medida do gesto, a largueza do mar
E a concha do suspiro que se enrola.)
Vem a onda de longe, e foi um espasmo,
Vem o salto na pedra, outro grito:
Depois a água azul desvenda as milhas,
Enquanto um longe, e longo, e branco peixe
Desce ao fundo do mar onde nascem as ilhas.
José Saramago
Um comentário:
Lindo poema... Mas é desses que a gente tem que ler várias vezes pra abstrair a profundidade toda...!
E o post tinha mesmo que vir acompanhado de um belo olhar, parte profunda do corpo, que mostra o que há de mais verdadeiro na nossa alma.
Eu vi muitas verdades nos olhos de "vc sabe quem" hoje.
Já fico feliz assim.
Bjssssss
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