Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
4 comentários:
Cris,
Sou absolutamente apaixonada por Mia Couto.
Eis a arte de poetizar com tamanha densidade e beleza, tal qual as savanas da África. É como se não fosse crível que de lugares tão sofridos, alguém fosse capaz de jorrar tanta beleza pelos versos.
Beijo,
Inês
Verdade, Inês. Ele tem a força na alma e a transforma em singelas palavras poéticas. Tbm curto bastante Mia Couto. :)
Lindo... preciso conhecer mais da Mia Couto...
Tem selo presente pra vc lá no Mudança!
=)
Mia é um poeta moçambicano, amiiiiga! Tão sensível!Nem parece que convivia com tanta miséria e sofrimentos...
Postar um comentário