Meus Olhos

" As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos."
*Rubem Alves*

Olhares Diversos

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23 de nov. de 2010

Canção

Não te fies do tempo nem da eternidade,
que as nuvens me puxam pelos vestidos
que os ventos me arrastam contra o meu desejo!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
o lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã eu morro e não te escuto!
Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã eu morro e não te digo...


Cecília Meireles

3 comentários:

Maria Rita disse...

O amanhã de fato não existe, é no hoje que mora o calor ao alcance do toque.

Beijos

Állyssen disse...

Lendo coisas assim, eu desejo é morrer de poesia...

Hj me veio novamente, após longo tempo, o anseio de morrer de amor...
Pra isso, tenho que viver.

;*

She disse...

Ai que aflição me causou essas estrofes...
Bjo, bjo! ;)